Abrir o próprio negócio é um desafio e tanto. Quem empreende tem que trabalhar muito, gerenciar suas finanças com afinco e inovar o tempo todo para diminuir os riscos de falência. Por outro lado, é mais fácil e menos custoso transformar seus sonhos em realidade. Isso porque os microempreendedores individuais têm uma carga tributária menor – ou seja, se você quer conhecer o mercado sem gastar muito, tornar-se um MEI pode ser uma boa alternativa. Além disso, o home office e a popularização dos coworkings trazem economia, já que muitas vezes alugar um ponto comercial não é necessário.
Apesar das facilidades de operação, os MEIs também têm seus desafios. Para ter um negócio de sucesso, é preciso estar atento a algumas dicas e tendências para se diferenciar no mercado. Durante a Feira do Empreendedor 2019 Sebrae-SP, que acontece entre os dias 5 e 8 de outubro, os visitantes poderão tirar suas dúvidas em relação aos novos negócios, que estão surgindo e também saber como aproveitar os canais digitais para vender mais. A entrada é gratuita.
Com o objetivo de adiantar um pouco do que será discutido no evento, Diego Smorigo, consultor do Sebrae-SP, falou com a Pequenas Empresas & Grandes Negócios e deu algumas dicas para os MEIs se destacarem no mercado. Confira:
Aposte na diferenciação
Segundo Smorigo, o empreendedor precisa entender a necessidade do público para oferecer um atendimento de qualidade. Assim, o tamanho do negócio acaba sendo um grande aliado, já que, no caso dos MEIs, as lojas não são tão grandes. É possível conversar com os clientes sobre suas demandas e oferecer um atendimento mais personalizado, uma iniciativa que não é tão viável em redes varejistas tradicionais.
Quando uma pessoa chega em uma loja para comprar uma bermuda, por exemplo, não basta apenas oferecer uma infinidade de produtos. Smorigo diz que é importante perguntar o motivo da compra — saber se o produto vai ser usado pelo cliente ou se é um presente — além de ser pró-ativo nas sugestões de cores e modelos compatíveis com as necessidades do cliente. “A venda terá mais impacto porque o vendedor pegou a essência do consumidor com uma simples conversa. Essa proximidade é mais frágil em grandes empresas”, afirma.
Invista em promoções
Ter flexibilidade com seus estoques é uma das vantagens de ser um MEI. “Os microempreendedores não precisam consultar sócios ou mesmo se preocupar com o impacto dos descontos na folha de pagamento dos funcionários. O poder de decisão está com eles, então fica mais fácil avaliar os estoques e decidir fazer uma liquidação, por exemplo”, afirma Smorigo.
Investimento no online
WhatsApp, Instagram, Facebook e marketplaces estão na lista de canais que podem ser interessante para o MEI divulgar e vender seus produtos.
Estar na internet é muito importante para o sucesso de um negócio. Para Smorigo, existe um mito de que é preciso ter muitos recursos para investir nas vendas online, mas esse tipo de história não deve ser levada em consideração. “Eu já vi até uma padaria vendendo pelo Twitter sem gastar nada, anunciando a hora que as fornadas iam sair”, afirma.
O mito, reconhece Smorigo, até tem um fundamento: antes, para vender seus produtos online, era necessário montar uma plataforma do zero. Agora, com WhatsApp, Instagram e Facebook, o empreendedor ganhou um canal direto com o consumidor. No caso dos e-commerces, surgiram ferramentas que facilitaram a criação de lojas virtuais. Além disso, grandes nomes deste mercado viraram marketplaces – plataformas que permitem que pequenos vendedores possam expor seus produtos nos sites. “Esses canais já têm a infraestrutura necessária para a realização da compra e, inclusive, vêm com as ferramentas de meios de pagamento prontas”, diz Smorigo.
Digital; e-commerce (Foto: Pexels)Agora é possível ter uma loja integrada aos marketplaces (Foto: Pexels)
Fique atento às microfranquias
Oferecer um negócio mais acessível e com uma operação já organizada é uma das vantagens das microfranquias. Elas acabam se tornando atrativas para o MEI, porém os empreendedores precisam identificar se esse modelo de negócio é compatível com seu perfil. “A microfranquia é uma boa alternativa porque é um negócio que vem com um ‘manual de instrução’, mas o empreendedor terá que pagar uma mensalidade para usar essa marca”, afirma o consultor.
Caso MEI queira empreender com microfranquias, o especialista aconselha procurar os próprios franqueados do negócio. Se for necessário, vale até mesmo passar um tempo entendendo a operação, como se fosse uma espécie de “estágio”.
Também é importante ter acesso aos dados sobre o desempenho financeiro dessas redes. “Em geral, o franqueador acaba mostrando os números de sua melhor franquia, por isso é preciso ter cuidado”, diz.
Se precisar, leve sua empresa para sua casa
Empreender em casa já é um hábito muito comum entre os brasileiros. Muitas pessoas já passaram por de lojas de roupas e salões de cabeleireiro que funcionam na própria casa dos empreendedores.
Para quem não tem muitos recursos, o home office é uma alternativa interessante. No entanto, é preciso estar atento a uma regra muito importante: nem toda cidade e nem todo bairro libera as operações domiciliares. Dessa forma, o empreendedor precisa consultar a Prefeitura de sua município para se certificar que não está fazendo nada errado.
Quem mora em condomínios também precisa ficar atento, porque, normalmente, há restrições quanto à entrada de pessoas. Mas, em alguns casos, é possível contornar essa situação. “Um programador pode trabalhar em seu escritório em casa e fazer as suas reuniões com clientes de um coworking”, afirma o especialista.
Fonte: revista pegn.