A Polícia Federal procurou e não encontrou a empresa Instituto Realize Ltda no endereço fornecido à Receita Federal e TCE/PI (Tribunal de Contas do Estado). A mencionada empresa presta serviços ao governo do estado, através da Secretaria de Educação, na execução do Proaja, suposto programa de alfabetização de jovens e adultos.
As autoridades suspeitam que o programa esteja sendo utilizado, na verdade, para aliciamento de eleitores e compra de votos. O Instituto Realize deveria funcionar na rua Antonio de Castro Franco, 1880, edifício Lisiex. O edifício está situado na avenida Nossa Senhora de Fátima e ali não se encontra nenhum Instituto Realize.
Policiais federais também identificaram irregularidades no endereço fornecido pela empresa M.S.S. Lima Eirelli. O endereço fornecido é rua Jornalista Dondom, 2451, bairro Horto, em Teresina. O endereço realmente existe. Contudo, o que se vê ali, é uma casa residencial, onde consta apenas uma placa com referência à empresa Resolve Consultoria.
A empresa tem como atividade principal “treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial”. Atua também no comércio varejista de livros, consultoria em publicidade, agencimento de profissionais para atividades esportivas, culturais e artísticas, além de educação infantil (creche e pré-escola), ensino fundamental e atividades de apoio à educação, exceto caixas escolares. Mais eclética, impossível. Finalizando informando: “Outras atividades de ensino não especificadas anteriormente.”
Investigação levada a efeito pelo Ministério Público Federal identificou que várias empresas contratadas pelo governo são irregulares. O MPF pede que sejam suspensos os pagamentos do Proaja. Os levantamentos realizados por agentes da Polícia Federal, atendendo a determinação do MPF, procuraram e não conseguiram encontrar várias dessas empresas nos endereços mencionados. Algumas alegaram, diante de matéria por nós publicada, que mudaram de endereço depois do contrato firmado com a SEDUC/PI. Uma estranha coincidência. (Toni Rodrigues)
Fonte: TV Piauí