O Dr. Marcos Antonio de Macedo, natural de Jaicós, nasceu em 18 de junho de 1808, filho de Antônio de Macedo Pimentel e de uma índia acoroaz, tornou-se Politico, Deputado, Juiz, escritor e um estudioso sobre o clima e a seca da regão, chegou a ser nomeado Presidente da Província do Piauhy, de 07 de setembro de 1847 a 14 de março de 1848.
Ele foi criado pela Dona Maria de Macedo Pimentel, era sobrinha de Bárbara de Alencar e irmã de Ana Porcina de Alencar, que se casou com Tristão Gonçalves e ficou conhecida, depois de viúva, como Ana Triste.
Marcos Antonio de Macedo concluiu o curso jurídico em Olinda. Quando Martiniano de Alencar assumiu o governo da Província do Ceará, ele foi encaminhado à Europa para estudar Ciências Naturais.
Em 1838, regressou à província e foi encarregado de explorar as florestas e formar uma coleção mineralógica. Em 1847, foi nomeado Juiz de Direito do Crato. De acordo com a revista A Província, ele foi “um dos colaboradores do Grande Dicionário de Larousse,” além de autor “do importantíssimo mapa topográfico do Crato, em que indicava as possibilidades de um canal tirado do rio S. Francisco, “para comunicar com o rio Jaguaribe pelo riacho dos porcos e o rio Salgado.”
Esse trabalho foi impresso no ano de 1843, no Rio de Janeiro, e reimpresso na Alemanha em 1871, servindo ainda para a Carta Topográfica do Ceará de 1886. Pelos seus trabalhos, a revista A Província afirma ser ele “um grande vulto que devemos enfeixar na gloriosa história do Crato.”
Os periódicos do século XIX nos traz história e os efeitos do cidadão jaicoense ilustre que Juiz, Deputado pela Província do Piauí e Ceará, escreveu livros, fez estudos meteorológicos na época na Chapada do Araripe, e, chegou a propor ao Império a transposição do Rio São Francisco ao imperador em decorrência da seca que assolou parte do Piauí e do Ceará.
Os Jornais, escritores e pesquisados ainda o reverenciam como um notável pesquisador, que foi intendente, magistrado e politico no Ceará e no Piauí, chegando inclusive a viajar pela Europa e colocar com os meios científicos Europeus, inclusive um grande colaborador do Dicionário Universal do Século XIX, de Larousse.
O periódico “O Cearense” dos anos de 1847 a 1888 nos conta sua trajetória profissional, seus feitos, suas atuações politicas, profissionais, acadêmicos, suas pesquisas intelectuais e suas obras literárias, nos apresentando inclusive sua preocupação com a seca naquela época e o sofrimento do povo piauiense e cearense, inclusive os índios de onde vinha sua descendência materna.
O periódico cearense nos traz a narrativa do seu falecimento na Alemanha, na Cidade de Stuttgart, capital do estado de Württemberg, em 15 de dezembro de 1872. Na época estava escrevendo um livro sobre a seca no Ceará.
Marcos Antonio de Macedo havia escritos alguns livros, entre eles, um tratado sobre a Carnaubeira.
Outro feito narrado pelos pesquisadores é a proposição ao império da transposição do Rio São Francisco, uma história que João Ferreira Filho, tenente-coronel da reserva do Exército Brasileiro conhece muito bem. Engenheiro especialista em obras na área hídrica, Ferreira Filho conta que os dois anos de estiagem que o Nordeste enfrentou no tempo do Império – de 1844 a 1845, motivaram o intendente da comarca do Crato, no Ceará, Marcos Antônio de Macedo, a propor um projeto para trazer água do São Francisco para o seu estado. O canal partiria de Cabrobó, em Pernambuco, para abastecer o rio Jaguaribe, um dos principais do Ceará. Foi o primeiro projeto de transposição das águas do rio São Francisco, elaborado em 1847.
Como escritor Marcos Antonio de Macedo escreveu também no Dicionário Geográfico Histórico e Descritivo do Estado do Ceará, de autoria de Álvaro Gurgel de Alencar, publicado em 1903.
Com informações:
- Memória digital da Biblioteca Nacional.
- Periódico “O Cearense”.
- repositório digital da UFC.
- Instituto Cultural do Cariri e o centenário do Crato: Memória, escrita da história e representações da cidade.