A cidade de Jaicós teve origem numa ‘aldeia de índios’ fundada em 1731 com o nome de Cajueiro. Planícies de mimoso propícias à criação de gado e férteis terras agrícolas favoreceram o progresso da aldeia a tal ponto que, em princípio do século XIX, seus habitantes obtiveram das autoridades a elevação do lugar a freguesia (1801), denominada Nossa Senhora das Mercês de Jaicós.
A criação Freguesia de Jaicós foi autorizada pela coroa portuguesa em 1801, no entanto, dada a vacância da sede episcopal maranhense, o decreto religioso foi lavrado apenas em 12 de julho de 1805 e sua instalação apenas em 1806. Seu primeiro pároco foi o padre Antônio Delfino da Cunha.
Em 1820, a freguesia havia perdido sua característica de núcleo indígena, já que criadores e lavradores, da própria Província e do Ceará, estabeleceram-se continuamente na região com lavouras e fazendas de criar. A prosperidade alcançada refletia-se no fato de uma das três escolas existentes na Província se localizar em seu território.
Em 1832, a freguesia foi elevada à categoria de Vila e Município. Elevado à categoria de freguesia com a denominação de Nossa Senhora das Mercês, pela provisão régia de 27/09/1801.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Nossa Senhora das Mercês, pelo decreto de 06/07/1832, desmembrado de Oeiras. Sede no atual vila de Nossa Senhora das Mercês. Constituído do distrito sede, e, instalado em 21/02/1834. Elevado à condição de cidade com a denominação de Jaicós, pelo decreto estadual nº 3, de 30/12/1889.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31/12/1936 e 31-XII-1937. No quadro fixado para vigorar no período de 1944/1948, o município é constituído do distrito sede. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.
Alteração toponímica municipal Nossa Senhora das Mercês para Jaicós alterado pelo decreto estadual nº 3, de 30/12/1889.
A Igreja Nossa Senhora das Mercês, em Jaicós-PI, teve sua construção iniciada em 1833 e foi concluída em 1839.
FUNDAC – Fundação Cultural do Piauí
Nome Atribuído: Igreja Nossa Senhora das Mercês
Localização: Praça Padre Marcos – Jaicós-PI
Resolução de Tombamento: nº 7.292, de 26/01/1988
Livro do Tombo: Nº insc. 14, 14/11/1989
A matriz de Jaicós, localizada na praça Padre Marcos, teve sua construção iniciada em 1833 e foi concluída em 1839. Passou durante estes anos, por várias descaracterizações, mas, foi restaurada em 1988, voltando sua volumetria à forma original. A igreja marca a paisagem daquela cidade com o seu bonito jogo de detalhes e seu frontispício que apesar de não ter sido construído na época do movimento barroco, possui características deste estilo.
Em 1711 o Governador João Pereira Caldas, atendendo as reclamações de fazendeiros e dos jesuítas determinou que o Capitão de campo Bernardo de Carvalho e Aguiar aldeiasse nas terras do Coronel Antonio Borges Leal Marim, rico fazendeiro pernambucano, de origem portuguesa, que fixara residência na fazenda Bocaina, no ano de 1712. Bernardo de Carvalho e Aguiar lhe escreveu ao fazendeiro em 13 de junho de 1714, pedindo-lhe que o ajudasse a não só aldeias os índios já dispersos, mas ainda, que aceitasse o arraial em suas terras.
No livro Marcelo de Sousa Neto, no livro “O padre, a vila e o galo da torre: padre Marcos de Araújo Costa e a vila de Jaicós (Piauí, 1832-1850)” Revista de História, Rio de Janeiro, v. 19, n. 38, p. 241-262, conta a inicio da história de Jaicós:
“A origem da vila de Jaicós remonta a uma antiga missão jesuíta, conhecida como aldeia do Cajueiro, que, em 1723, contava com uma capela dedicada à Nossa Senhora das Mercês, construída pelo padre Tomé de Carvalho. Por suas terras férteis e em razão do potencial ao criatório, em 1787, a aldeia tinha 285 habitantes, entre descendentes indígenas da antiga redução jesuíta e colonos interessados em explorar a região. Desta forma, logo no princípio do século XIX, seus habitantes obtiveram autorização da coroa portuguesa para a elevação da aldeia à condição de freguesia, sob o nome de Nossa Senhora das Mercês de Jaicós, que, instalada em 1806, teve como primeiro pároco o padre Antônio Delfino da Cunha.”
Após uma dificílima marcha de seis meses se conseguiram que voltassem ao Piauí pouco mais de uma centena de Jaicós, para as terras do Coronel Borges Marim, de nome Cajueiro. Nesse período os jesuítas já faziam missões nesses sertões e com eles alguns mercedários, que com ato de Fé, consagraram a aldeia a Nossa Senhora das Mercês, e construíram a capela a ela dedicada e inaugurada em 05 de março de 1723, que passou regularmente por um pároco, entronizando a pequena imagem esculpida em madeira, com cerca de 43cm de altura, que ainda existe, guardada em perfeito estado de conservação.
Com o afastamento de Bernardo de Carvalho e Aguiar da direção militar da porção da Capitania, a aldeia e missão entraram em decadência. Em 1731, se fez um novo aldeamento. Em 1741, a Missão tinha como capelão o padre Francisco Ribeiro da Fonseca. Na sua provisão constava também a autorização para benzer a Igreja da Missão.
No ano de 1801, o bispo do Maranhão, D. Luiz de Brito Homem, autorizou que fossem criadas 03 Paróquias em território piauiense: São Gonçalo do Amarante, Nossa Senhora das Graças da Parnaíba e Nossa Senhora das Mercês em Jaicós. O ato episcopal criando as referidas paróquias só foi promulgado em 12 de julho de 1805. Sendo a Paróquia de Jaicós instalada em 25 de setembro no ano seguinte e seu primeiro Pároco foi o padre Antônio Delfino da Cunha.
Em substituição à capelinha edificada pelos jesuítas, o célebre Padre Marcos de Araújo Costa, idealizou e fez construir a atual matriz concluída em 1839 e solenemente consagrada a Nossa Senhora das Mercês, no dia 24 de setembro do mesmo ano. Atualmente celebrada de 15 a 24 de Setembro com a participação de muitos devotos.
Nossos parabéns a cidade de Jaicós pelos seus 188 anos de emancipação politica, de Aldeia indígena, Freguesia Nossa Senhora das Mercês a Cidade de Jaicós, de 21/02/1834 a 21/02/2022
Fonte: IBGE.
Fonte: Fundac.
Fonte: NETO, Marcelo de Sousa. O padre, a vila e o galo da torre: padre Marcos de Araújo Costa e a vila de Jaicós (Piauí, 1832-1850). Topoi. Revista de História, Rio de Janeiro, v. 19, n. 38, p. 241-262, mai./ago. 2018. Disponível em <www.revistatopoi.org>.