Em Portugal, nas últimas 24 horas, morreram mais 9 pessoas e foram confirmados mais 187 casos de covid-19 (um aumento de 0,7% face ao dia anterior). Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), desta quinta-feira (14 de maio), há agora no país 28319 infectados, 3198 recuperados (mais 16) e 1184 vítimas mortais.
“Passaram mais de dez dias sob as medidas de desconfinamento e não se refletiu ainda (não quer dizer que não se venha a refletir) nenhuma influência na curva [epidemiológica]”, afirmou a diretora-geral da Saúde, durante a conferência de imprensa diária no ministério. “Tudo indica que, apesar de termos retomado a atividade, os portugueses mantêm as medidas de segurança”.
Graça Freitas deixa, no entanto, a ressalva: continuarão a aparecer casos e as medidas de distanciamento social, de higiene e de etiqueta respiratória são para manter. “É expectável que todos os dias surjam 200 a 300 novos casos”. Mensagem reforçada pelo secretário de estado da Saúde que sublinhou querer que “os portugueses tenham confiança, mas sempre com a salvaguarda da segurança”. “Não facilitemos”, apelou.
Neste momento, em média, cada pessoa infectada transmite a doença a outra. Ou seja, o R0 (o indicador que mede precisamente o contágio feito por cada doente) é de 1, mas tem variações por região. A zona do país onde é mais elevado é Lisboa e Vale do Tejo por causa “de pequenos surtos, como o da Azambuja ou do Montijo”, esclareceu Graça Freitas.
Esta quinta-feira, estão internados 680 doentes (menos 12 que ontem), destes 108 encontram-se nos cuidados intensivos (mais cinco).O que representa apenas 2,4% do total nacional de doentes; os restantes recebem tratamento em casa.
A taxa de letalidade global do país permanece de 4,2%, aumentando para 15,4% na faixa etária acima dos 70 anos – as principais vítimas mortais. Dos 1184 óbitos, 48,6% são homens e 51,4% mulheres.
Em Lares e instituições de cuidados continuados, morreram, até ao dia de hoje, 477 pessoas, informou a diretora-geral da Saúde. 259 das vítimas mortais estavam em instituições localizadas no Norte do país; 138 no Centro; 55 na região de Lisboa e Vale do Tejo, uma no Alentejo e quatro no Algarve.
A partir da próxima segunda-feira, as visitas aos utentes de lares voltam a ser possíveis “com muitas regras” e “limitações, segundo Graça Freitas, mas as instituições onde ainda existem surtos ativos poderão ficar de fora, mediante indicações das autoridades de saúde.
O boletim da DGS indica ainda que aguardam resultados laboratoriais 2676 pessoas e estão em vigilância pelas autoridades de saúde mais de 26 mil. O sintoma mais comum entre os infetados é a tosse (que afeta 42% dos doentes), seguida da febre (30%) e de dores musculares (21%).
Desde o dia 1 de março, Portugal já fez 584 121 testes de despiste à covid, atualizou, o secretário de estado da Saúde, António Lacerda. Atualmente, por dia, são realizados mais de 11 mil exames, em média.
Perante a aproximação do dia de reabertura das creches e das escolas para os alunos do 11.º e do 12.º anos (18 de maio), o primeiro-ministro anunciou, esta quinta-feira, que já foram feitos 15 mil testes a funcionários de creches. Durante uma visita ao Centro Infantil Maria de Monserrate, Lisboa, António Costa garantiu ainda que os restantes profissionais (mais quatro mil) serão testado até segunda-feira.
Lisboa soma mais 120 casos em 24 horas. Porto tem 75% das novas mortes
Dos 187 infetados notificados no último dia, 120 têm residência na região de Lisboa e Vale do Tejo. Nesta zona morreram também duas das nove vítimas mortais declaradas hoje. No total, Lisboa tem agora 7767 casos e 259 óbitos.
Mas foi no Norte (a zona mais afetada pelo vírus desde o início do surto), que se registaram mais mortes, nas últimas 24 horas. São sete óbitos (do total de 9) e 54 casos. A região tem agora 16166 infetados e 674 vítimas mortais.
Os restantes 13 casos notificados no último dia distribuem-se entre a região Centro (dez) e o Sul (três). Alentejo,Açores e Madeira não registam qualquer alteração da situação epidemiológica, nas últimas horas.
A nível municipal Lisboa continua a ser o concelho do país com maior número de casos (1 835, mais 24 que no dia anterior). Seguem-se Vila Nova de Gaia (1 463, mais dois) e o Porto (1 311 mais cinco), de acordo com os dados do sistema Sinave, que correspondem a 89% do número total de notificações.
Fonte: Diário de Notícias.