Em comunicado, o Ministério da Defesa russo referiu que as forças russas realizaram ataques únicos e múltiplos contra alvos que simulavam zonas de lançamento de sistemas de mísseis, aeródromos, infraestruturas protegidas, equipamento militar e postos de comando de um inimigo fictício.
Após terem efetuado os disparos “eletrônicos”, os militares realizaram uma manobra de mudança de posição, de forma a evitar “um possível ataque de retaliação”, pode ler-se.
As unidades de combate também praticavam “operações em condições de radiação e contaminação química”.
O exercício militar envolveu mais de 100 soldados, acrescentou Moscou.
O anúncio deste teste militar ocorreu no 70.º dia da invasão russa da Ucrânia, que já resultou em milhares de mortos e causou a maior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, com mais de 13 milhões de pessoas deslocadas.
Desde o início da “operação militar” que o Presidente russo, Vladimir Putin, tem produzido ameaças onde sugere estar disposto a implantar armas nucleares táticas.
A Rússia colocou, de resto, as suas forças nucleares em alerta máximo logo após enviar tropas para a Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Putin alertou para uma retaliação “rápida como um relâmpago” em caso de intervenção direta do Ocidente no conflito ucraniano.
“Há duas semanas que ouvimos na televisão que os silos nucleares devem ser abertos”, sublinhou na terça-feira Dimitri Muratov, editor de um jornal independente russo e Prémio Nobel da Paz 2021.
A Rússia iniciou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar o país vizinho para segurança da Rússia -, condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, e a guerra, que entrou hoje no 70.º dia, causou até agora a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, mais de 5,5 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que a classifica como a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A ONU confirmou hoje que 3.238 civis morreram e 3.397 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
Fonte: Rússia.