Os fogos que se ouviam há 30 dias, em meio a uma pandemia, era um presságio do que estaria para acontecer na cidade de Araripina, Sertão de Pernambuco. Uma aposta infeliz do gestor da cidade, em trazer todas as atenções para a infraestrutura e esquecer de combater o coronavírus na cidade, resultou em uma explosão de casos totalmente sem controle.
Não houve uma preocupação por parte do gestor em combater a pandemia, por mais que Araripina tenha decretado estado de calamidade ainda no mês de abril, e ter recebido milhões para investir no combate à doença, o que se viu no município foi o prefeito minimizar a gravidade da doença. Não houve barreiras sanitárias no município, distribuição de máscaras e álcool em gel praticamente não existiram, as testagens foram muito poucas em relação ao número da população, sem falar que já começou muito tarde, em relação aos municípios vizinhos, campanhas de conscientização não foram vistas nos bairros.
O que realmente a prefeitura fez foi passar uma sensação de normalidade da doença, pois a população atendeu aos chamados dos fogos e saíram às ruas. Os sons dos fogos passavam uma impressão de que a doença não era perigosa, que poderia sair. A prefeitura apostou errado, o prefeito Raimundo Pimentel apostou errado, a sua equipe apostou errado.
Mesmo sendo médico, o prefeito preferiu pensar em sua reeleição e deu ênfase a uma campanha denominada O PROGRAMA DE MAIOR ASFALTO de Araripina, preferiu procurar realizar acordos políticos, preferiu fazer as pazes com o seu vice, e sempre enfatizando ELEIÇÕES 2020 , e isso tudo no meio de uma pandemia.
O prefeito quis salvar o seu mandato. Após um longo tempo de 3 anos e meio sem fazer nenhuma ação para a população, ele quis passar para o povo uma imagem de gestor trabalhador, porém apostou tudo em uma hora errada, pois no momento o que o povo precisava era de uma segurança na saúde, era de uma resposta para o combate à pandemia. Araripina ficou esses 4 meses desassistida, ficou desprotegida, ficou refém apenas da sorte.
Infelizmente o resultado apareceu: UTI lotada, hospital lotado, quem precisa de um teste tem que espera por 15 dias, ou seja, o prefeito perdeu o controle da situação por não ter realizado um planejamento. Os bares na cidade abriram por conta própria, não existe uma fiscalização na cidade, e para não perder a marca do governo que é culpar, muitos apoiadores do prefeito acusam a população como principal responsável pelo momento delicado em que o município vive, onde na verdade, tudo isso é um resultado do que o próprio prefeito plantou, ao escolher colocar um boletim em suas redes sociais e no slide seguinte já falar sobre infraestrutura.