Uma Operação da Polícia Civil de Pernambuco, deflagrada na manhã de hoje, resultou no afastamento do prefeito, da vice-prefeita, de quatro secretários municipais e três vereadores do Município de Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife. Segundo a Polícia Civil, a operação apura desvios da ordem de R$ 10 milhões.
Ao todo, segundo a Polícia Civil, foram emitidos cinco mandados de suspensão de cargo eletivo, 12 de afastamento de função pública, além de 21 de busca e a quebra de sigilo bancário dentro da Operação Dragão do Mar, que apura crimes de corrupção, entre outros. Ao todo, 156 policiais civis foram escalados para a operação.
O prefeito Zé de Irmã Teca (PSD), sua vice, Irmã Elionilda (PP), os secretários e vereadores de Itapissuma são acusados, pela Polícia Civil, de peculato, falsidade ideológica, dispensa de licitação fora das possibilidades legais, crimes de responsabilidade e formação de quadrilha.
Os mandados foram expedidos por determinação do desembargador Alexandre Guedes Alcoforado Assunção, a pedido do DRACO e também resultaram na suspensão do programa “Frente de Serviço” e a proibição dos investigados entrarem em contato com as testemunhas.
“Eles pegavam dinheiro da Assistência Social, para pessoas mais carentes, e pagavam pessoas para fazer limpeza urbana. Quem recebia esses recursos tinha que participar de comícios e passeatas da gestão municipal”, afirmou o delegado Jean Rockfeller, da Diretoria Integrada de Polícia Especializada.
Ainda de acordo com a polícia, o esquema era feito dessa forma porque o município não tinha licitações para a execução de serviços de limpeza urbana. “Isso já é um indício de que havia algo errado”, afirmou Rockfeller.
A operação merece todos os elogios, mas espera-se que não se restrinja a Itapissuma, já que situações como a apontada pela Polícia Civil são costumeiramente denunciadas em vários municípios, inclusive na Capital pernambucana, onde o ex-vereador Sergio Magalhães denunciou junto ao TCE e ao MPE abuso do poder econômico e político que teria sido praticado pelo prefeito Geraldo Júlio, juntamente com seu secretário de Governo Sileno Guedes, ambos do PSB, visando a reeleição do prefeito do Recife que acabou de fato se concretizando. A denúncia remonta ao ano de 2016.
De acordo com a denúncia de Magalhães, que pediu uma auditoria especial na Folha de Pagamento dos Cargos Comissionados da Prefeitura do Recife e nos Contratos com Empresas prestadoras de serviços terceirizados, ao “apagar das luzes” do encerramento do prazo para a mudança de Partidos, houve uma intensa movimentação nesses cargos e empregos, de modo a abrigar pré-candidatos das chapas dos Partidos aliados do Prefeito que seriam, no futuro, ou seja, no período eleitoral, substituídos por indicados pelos candidatos.