Aviões de guerra brasileiros estão jogando água em incêndios na floresta amazônica no Estado de Rondônia, respondendo a um clamor global contra destruição da maior floresta tropical do mundo, segundo um vídeo do governo.
Até este domingo, o presidente Jair Bolsonaro autorizou operações militares em sete Estados para combater fortes incêndios na Amazônia, respondendo a pedidos de assistência de seus governos locais, disse uma porta-voz da Presidência.
A resposta surge quando líderes de países do G7 que se encontram atualmente na França manifestaram graves preocupações com os incêndios.
O presidente da França, Emmanuel Macron, disse neste domingo que os líderes do G7 estavam próximos de um acordo sobre como ajudar a combater os incêndios na floresta amazônica e tentar reparar a devastação.
Quase 80.000 focos de incêndios foram registrados em todo o Brasil até 24 de agosto, o maior número desde pelo menos 2013, segundo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Bolsonaro anunciou na sexta-feira que os militares seriam enviados para ajudar após vários dias de críticas do público e dos líderes mundiais de que o governo do Brasil não estava fazendo nada para combater os incêndios.
Mas fora de Rondônia, o governo ainda não havia fornecido detalhes operacionais para outros Estados. O Ministério da Defesa disse em uma entrevista coletiva no sábado que 44 mil soldados estavam disponíveis na região norte da Amazônia, mas não disse quantos seriam usados onde e o que fariam.
O Ministério da Defesa não respondeu imediatamente ao pedido de mais detalhes neste domingo.
O ministro da Justiça, Sergio Moro, também autorizou uma força da polícia militar a ajudar no combate aos incêndios, com 30 a serem enviados de Brasília para Porto Velho. O gabinete do presidente postou no Twitter uma foto de policiais em um avião com destino a Rondônia que chegaria ao meio-dia.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, postou um vídeo mostrando uma caravana de caminhões amarelos de prevenção de incêndio e outros veículos do governo, dizendo que eles estavam no chão respondendo em Rondônia.
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e é vista como vital para a luta contra as mudanças climáticas devido às vastas quantidades de dióxido de carbono que absorve.
O cientista climático brasileiro Carlos Nobre disse que se preocupa se 20% a 25% do ecossistema for destruído pelo fato de a Amazônia atingir um ponto de inflexão, após o que entraria em um período autossustentável de morte à medida que a floresta se transforma em savana. Nobre alertou que não está longe, já que 15 a 17% da floresta tropical foram destruídas.
Fonte: Terra.